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Tal como vos disse, ontem fui ver o 'One Day' ao cinema. Foi daqueles filmes em que assim que vi o trailer disse logo: "Quero ir ver ao cinema!". Em conversa, já me tinham dito que o livro era maravilhoso, mas que não sabiam se o filme também o seria. Como não o li, não fui com uma opinião pré-formada.
Saí do cinema com um aperto no coração. Gostei imenso do filme. É uma história muito bonita, que nos mostra o quão importante é aproveitar cada momento da nossa vida, que devemos procurar a nossa felicidade, e não nos deixarmos acomodar, simplesmente porque temos medo ou não acreditamos em nós próprios. Mostra-nos também como as relações podem ser complicadas, mesmo quando duas pessoas gostam uma da outra.
E se? Existem tantas coisas que nos fazem duvidar. Estamos a ter a atitude certa? Este passo é o mais correcto? Podemos ponderar e pôr em causa muita coisa, mas, no fim, tudo se resume a seguir o coração.
A vida é como uma cómoda, com várias gavetas onde é possível arrumar os vários assuntos que dela fazem parte. Há assuntos que são faceís de arrumar e cuja gaveta sabemos exactamente onde é. Depois há aqueles assuntos um bocadinho mais trabalhosos, mas que com um bocadinho de esforço e paciência lá acabam por ser arrumados. No entanto, há uma ou duas gavetas, onde colocamos aqueles assuntos que não queremos tratar: ou porque temos medo, ou porque são muito custosos, ou por outro motivo qualquer que, às vezes, até desconhecemos.
Na minha vida, como é óbvio, há uma ou duas gavetas da bagunça. Numa delas há um assunto por tratar há já alguns anos. Não trato dele por medo e por não saber muito bem como o fazer. É uma história que já passou por várias fases: começou bem, passou por um período muito difícil, e agora está ali numa fase melhor do que a anterior, mas que continua sem ser lá muito boa.
Há uns meses decidi que tinha que arrumá-la na gaveta certa.
"Levei o dia inteiro a prever que aquele 'confronto' iria ter que acontecer, e era uma boa altura para juntar o útil ao agradável. Levei o dia ansiosa, nervosa, com medo. Depois de uma mensagem tudo isso se adençou. Após alguma espera e muita ansiedade, lá fui eu, e, depois do 'confronto' inicial, sabia que era o momento para dar aquele passo. Quando voltei para o segundo 'confronto' era a hora. E lá fui, lutei contra mim própria, joguei-me de cabeça e dei o primeiro passo. Correu melhor do que eu esperava. Quando me fui embora, foi tal e qual cena de filme. No escuro, encostada àquela parede gelada, com o coração a 1000, tive que me acalmar antes de voltar a entrar."